ATA DA OITAVA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 13-5-2003.

 


Aos treze dias do mês de maio de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas e vinte e seis minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor João Baltezan Ferreira, nos termos do Projeto de Lei do Legislativo n° 215/02 (Processo n° 3367/02), de autoria do Vereador Elói Guimarães. Compuseram a MESA: o Vereador Elói Guimarães, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Deputado Estadual Paulo Azeredo, representante da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Otomar Vivian, Presidente do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul; o Senhor Jorge Pereira Abdala, Prefeito Municipal de Caçapava do Sul – RS; o Senhor João Carlos Fagundes Machado, Prefeito Municipal de Camaquã – RS; o Senhor Altieres Terra de Carvalho, Prefeito Municipal de Santa Vitória do Palmar – RS; o Major Roberto Apratto Maciel, representante do 5° Comando Aéreo Regional - COMAR; o Capitão Vanderlei Souza dos Santos, representante do 5º Distrito Naval; o Senhor João Jacob Bettoni, Gerente Regional da Agência Nacional de Telecomunicações - ANATEL; o Senhor Geraldo Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; o Senhor João Baltezan Ferreira, Homenageado; o Vereador Reginaldo Pujol, na ocasião, Secretário “ad hoc”. Também, foram registradas as presenças da Senhora Odaléa Mendonça, esposa do Homenageado, das Senhoras Luciane Mendonça Ferreira, Fabiane Mendonça Ferreira e Letícia Mendonça Ferreira, filhas do Homenageado, de Bibiane Ferreira Tarrasconi e Bernardo Ferreira Brochard, netos do Homenageado e, como extensão da Mesa, foi registrada a presença do Desembargador Cacildo Xavier, ex-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. A seguir, o Vereador Elói Guimarães, presidindo os trabalhos, convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e solicitou ao Vereador Reginaldo Pujol que assumisse a direção dos trabalhos. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Elói Guimarães, em nome das Bancadas do PTB, PT, PMDB, PSDB e PSB, saudando os presentes, discorreu a respeito da biografia do Senhor João Baltezan Ferreira e sobre as razões que levaram Sua Excelência a propor a presente honraria ao Homenageado. Ainda, destacou os empreendimentos e ações lideradas pelo Senhor João Baltezan Ferreira na área da radiodifusão, especialmente no interior do Estado do Rio Grande do Sul. A seguir, o Vereador Reginaldo Pujol solicitou ao Vereador Elói Guimarães que assumisse a direção dos trabalhos e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Pedro Américo Leal, em nome da Bancada do PP, cumprimentando o Vereador Elói Guimarães pela iniciativa da proposição que concede o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor João Baltezan Ferreira, ressaltou dados biográficos e trajetória profissional de Sua Senhoria no desenvolvimento de seus empreendimentos na área do jornalismo e da radiodifusão. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, apresentou considerações sobre a vida pessoal e profissional do Senhor João Baltezan Ferreira, destacando a atuação de Sua Senhoria como radialista e salientando que a proposta de concessão do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Homenageado foi aprovada nesta Casa por unanimidade. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome das Bancadas do PDT e do PPS, cumprimentou o Senhor João Baltezan Ferreira pelo recebimento do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, destacando a justeza da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre a Sua Senhoria e elogiando o espírito empreendedor manifestado pelo Homenageado no desempenho de suas atividades profissionais. Após, o Senhor Presidente convidou o Desembargador Cacildo Xavier e os familiares do Senhor João Baltezan Ferreira a procederem à entrega do Diploma e da Medalha alusivos ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Homenageado, concedendo a palavra a Sua Senhoria, que agradeceu o Título recebido. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense e, nada mais havendo a tratar, agradeceu a presença de todos e declarou encerrados os trabalhos às dezessete horas, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador Reginaldo Pujol, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Reginaldo Pujol, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Neste momento, daremos início à presente Sessão Solene de outorga do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. João Baltezan Ferreira, proposição deste Vereador que ora preside os trabalhos. A composição da Mesa está assim constituída: Ex.mo Sr. Deputado Paulo Azeredo, representante da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul; Ex.mo Sr. Deputado Otomar Vivian, Presidente do Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul - IPE; Ex.mo Sr. Jorge Pereira Abdala, Prefeito Municipal de Caçapava do Sul – terra do homenageado –; Ex.mo Sr. Dr. João Carlos Fagundes Machado, Prefeito Municipal de Camaquã; Ex.mo Sr. Dr. Altieres Terra de Carvalho, Prefeito Municipal de Santa Vitória do Palmar; Ex.mo Sr. Major Roberto Apratto Maciel, representante do 5.º Comando Aéreo Regional; Ex.mo Sr. Capitão Vanderlei Souza dos Santos, representante do 5.º Distrito Naval; Ex.mo Sr. Dr. João Jacob Bettoni, Gerente Regional da ANATEL; Ex.mo Sr. Dr. Geraldo Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre. Também aqui presentes muitas lideranças das regiões dos Municípios mencionados. Também presente a esposa do homenageado, Sr.ª Odaléa Mendonça; as filhas Luciane Mendonça Ferreira, Fabiane Mendonça Ferreira, Leticie Mendonça Ferreira; e netos Bibiane Ferreira Tarrasconi e Bernardo Ferreira Brochard; também está presente o genro do homenageado. Como extensão da Mesa a presença do eminente Desembargador e ex-Presidente do Tribunal de Justiça, Dr. Cacildo Xavier; também aqui as rádios dos Municípios: a Rádio Camaqüense, a Rádio Caçapava, a Rádio Cultura de Santa Vitória do Palmar, a Rádio Cultura de Jaguarão, pelos seus Diretores. Neste momento está sendo transmitida esta solenidade para os referidos Municípios, onde as rádios estão sediadas, cuja liderança pertence ao homenageado. Também Vereadores aqui presentes, Vice-Prefeitos, enfim, lideranças de toda a região. Portanto, sintam-se como se em casa estivessem; esta é a Casa do Povo de Porto Alegre, é a nossa Casa. Nós, portanto, saudamos todos, e se alguma menção não foi feita, queremo-nos penitenciar. O Ver. Pedro Américo Leal, a Ver.ª Margarete Moraes, o Ver. Reginaldo Pujol e funcionários.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

Registramos a presença do Ver. Sebastião Melo. Convido a presidir os trabalhos, enquanto este Presidente faz a sua manifestação, o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Reginaldo Pujol.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): É com muita honra e satisfação que assumo, temporariamente, a condução dos trabalhos desta Sessão Solene que outorga o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. João Baltezan Ferreira, meu particular amigo, o que me emociona e me honra.

O Ver. Elói Guimarães, proponente desta Sessão Solene, está com a palavra para falar em nome do seu Partido, o PTB, e também pelo PT, PMDB, PSDB e PSB.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sr.ªs Vereadoras. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Vejo, aqui, o Ver. Isaac Ainhorn, que não tinha sido mencionado.

Meu amigo João Baltezan Ferreira, por quem sempre tive admiração, me perguntava uma das emissoras o porquê do Título, e me vinha à mente, por todos os fatores, a figura de Ortega y Gasset: “O homem existe no contexto das suas relações e das suas circunstâncias.”

Então, hoje, estamos num grande momento para a Cidade e para a Casa do Povo de Porto Alegre, eu até diria que esta é uma Sessão muito importante, histórica e até mesmo inédita, porque estamos celebrando este ato sob a transmissão de quatro emissoras importantes do nosso interior do Estado: a Rádio de Caçapava, terra do homenageado, a Rádio Camaqüense, a Rádio Cultura de Santa Vitória do Palmar e a Rádio Cultura de Jaguarão. Eu quero cumprimentar essas comunidades do nosso interior, esses Municípios que, neste momento, muitos e muitos nos assistem, nos ouvem, não só dos Municípios, mas de toda a abrangência que essas rádios têm pelo nosso interior. Mas eu volto à figura do homenageado.

Aqui há alguns dados do nosso homenageado, amigo João Baltezan Ferreira: começa trabalhando desde piá, por assim dizer. Aos dez anos, já pega firme no trabalho; mais ou menos aos dezesseis anos passa por Cachoeira do Sul, onde fica um período, e lá em Caçapava, sua terra, monta a sua primeira banca de revistas; lá é jornaleiro, e vem para Porto Alegre com mais ou menos dezesseis anos, e aqui é admitido nas Emissoras Reunidas, a Rádio Cultura de Porto Alegre; em 1954, cumpre o Serviço Militar em Bagé; em 1984, já conta trinta e quatro anos de atividades nas referidas emissoras; em 1963, assume a direção da Rádio Caçapava, em Caçapava do Sul; em 1964, assume a direção da Sociedade Rádio Camaqüense Ltda., em Camaquã; em 1970, assume a direção da Rádio Cultura de Santa Vitória do Palmar; em 1975, assume a direção da Sociedade Rádio Cultura de Jaguarão Ltda., em Jaguarão; organiza a empresa Gráfica Caçapava Ltda.; funda o jornal Gazeta Regional em Camaquã, inaugura e assume a direção do Sistema Meridional de Rádio Difusão Ltda; organiza a empresa de Integração Meridional FM Ltda., em Jaguarão. Bem, tem, por assim dizer, uma atividade intensa.

Conheci o homenageado, o Baltezan, no nosso trato cotidiano, no Colégio Rui Barbosa, onde estudávamos à noite. O Baltezan, com o seu feitio de homem reservado, que se expressa e fala como se estivesse pesando e medindo as palavras, no Colégio Rui Barbosa, era o nosso líder, diria até, um professor, porque em torno dele acampávamos para ouvir as suas opiniões sobre os mais diferentes assuntos. Lembro que, em 1961, houve a deposição de Jânio Quadros, que foi um trauma nacional. Na minha opinião, o Baltezan tinha um certo carinho pelo Jânio Quadros, mas ao homem culto, parece-me que não ao político Jânio; tinha uma certa afeição pela maneira do Jânio, mais pela sua ação como professor. Poucas pessoas sabem que o Jânio foi um grande professor de Português. O Baltezan, quando estudávamos à noite, chegava na sala de aula e começava a fazer uma certa imitação do Jânio, dizendo: “Fi-lo, porque qui-lo”, naquele português... Então, o Baltezan era essa figura simpaticíssima, envolvente, Presidente do Centro Acadêmico do Colégio Rui Barbosa, enfim, com muita atividade. Aí ele começa... Nós cursamos aquele período difícil no Rui Barbosa. Era essa figura envolvente, homem sério, solidário, capaz, competente, estudioso, compenetrado. Aí os anos foram passando, e, vez por outra, a gente se encontrava aqui, ali e acolá, e o Baltezan sempre envolvido nas mais diferentes relações do cotidiano da cidade de Porto Alegre, dos seus problemas e tocando a sua atividade aí pelo interior. Tanto é verdade, que o Baltezan fez um pacto com Porto Alegre, o pacto da residência, do domicílio, e daqui não sai, atua. É como os pássaros que voam e voltam à tarde para os ninhos, ele assume a residência em Porto Alegre, sem deixar a sua Caçapava, o seu sentimento e toda essa região. Pude, em alguma oportunidade, estar com o nosso querido homenageado, João Baltezan, pois ele faz várias comemorações, e, em algumas, tivemos a oportunidade de participar. As suas emissoras completando meio século: Rádio Camaquã, se não me engano, Jaguarão; Caçapava, imaginem só, emissoras varando meio século! Que relação fantástica, essas emissoras, que são verdadeiros seres vivos com o seu meio, com a sua comunidade, com uma troca permanente de relação, e nós sabemos o que representa uma emissora de rádio no interior do Estado. É um veículo de permanente utilidade pública, dando avisos à comunidade, chamando este ou aquele, passando informações do interesse da comunidade. Aqui estão gerentes e diretores, que têm trinta, quarenta anos nas suas rádios. Olhem que figura de líder com todos os seus auxiliares, colaboradores, pessoas que têm décadas e décadas nas suas emissoras, construindo exatamente essa atividade importante, que é a comunicação. Então, a rádio me perguntava: “Como surge esse título?” E eu digo: Olha, muitos amigos, principalmente caçapavenses, amigos meus de Caçapava, enfim, diziam que tínhamos que homenagear essa figura magnífica do Baltezan, e eu respondia que também achava que tínhamos de fazer. Com o Baltezan muito aprendi naqueles períodos, e continuo aprendendo, porque ele é um homem culto, é um homem afável, é um homem solidário. Então, os seus amigos disseram: “Olha, temos de fazer uma homenagem para o Baltezan.” Num primeiro momento, levei: “Baltezan, quem sabe uma homenagem para ti?” E ele: “Não, pára.” O Baltezan, rigorosamente, não queria. Resistiu num primeiro momento, mas vai daqui, vai dali, permitiu que se pudesse fazer esta homenagem. E quando a gente está te homenageando, Baltezan, é o povo que está falando aqui, porque esta é uma Casa onde se reflete, isto aqui é um mosaico ideológico; aqui se faz presente a vontade da Cidade. E tenho dito: quando fala o Vereador, fala a Cidade. E fala a Cidade até para agradecer pelo muito que fizeste, pela tua participação ativa em nossa Cidade, além de estar participando da tua terra natal e, de resto, dos Municípios onde tens as referidas rádios.

Então, é uma homenagem que se fazia imprescindível que procedêssemos, porque estamos homenageando o Baltezan, mas estamos homenageando Caçapava, sim, e por que não dizer Jaguarão, Santa Vitória do Palmar e Camaquã? Porque o homem é isso, o homem não existe isolado. O homem é uma energia conjunta que se relaciona com questões emocionais, materiais, espirituais, etc. O homem é isso.

Então, quando se faz uma homenagem como a que estamos fazendo hoje ao Baltezan, nós estamos homenageando todas aquelas comunidades que estão nos assistindo lá nas suas atividades rurais. Então, Baltezan, este é um resgate que nós estamos fazendo agora, porque uma das formas e um dos instrumentos que possui esta Casa é exatamente este, de, em determinados momentos, se reunir para prestar homenagem àqueles que têm dado aos seus semelhantes, à sua cidade, etc. E dizia hoje, quando eu falava com o Presidente do Conselho dos Cidadãos de Porto Alegre, Geraldo Stédile, lá na ponta da Mesa: este é o Conselho mais importante que tem em Porto Alegre. Por que ele é o mais importante? Ele é o mais importante, primeiro, por ser representativo, democraticamente representativo, e expressar o colorido político e ideológico da cidade de Porto Alegre. Então, aqui, se está fazendo uma homenagem em nome da Cidade, buscando-se o resgate, porque, vejam, uma pessoa que vem de outra querência, vem de outro pago, vem de outro rincão e aqui se fixa e colabora, e aqui constrói e realiza, vejam que tem um significado muito importante, até mais do que aqueles que, naturalmente, nasceram aqui.

Então, olha a profundidade do Título de Cidadão Honorário de Porto Alegre: conferir agradecimento, saudação àqueles que saem do seu rincão, da sua terra, do seu Município, vão para outro lugar e ali constroem para o interesse da comunidade.

Já me passei no tempo, Sr. Presidente. V. Ex.ª está retribuindo a mim, neste momento, o que eu fiz a V. Ex.ª quando falava em homenagem a um grande cidadão que homenageou no ano passado. V. Ex.ª, do alto de sua elegância de homem da fronteira e do Quaraí, está me fazendo esta retribuição, ao que sou muito agradecido.

Portanto, queremos encerrar esta homenagem e dizer, Baltezan, que a teu respeito poderemos falar muito tempo, e te dar este meu depoimento, que muitas vezes te fiz: foste para nós, num determinado período, fundamental. Naquele período da Escola Rui Barbosa tu eras como um professor nosso, e nós todos te escutando ali, e muitas vezes queríamos te contra-atacar, mas ficávamos calados, presos ali, face ao teu empenho, a tua dedicação e a tua sabedoria.

Então receba, Baltezan, esta homenagem. Receba, de resto, Caçapava do Sul - Otomar Vivian -, também, a homenagem, porque estamos homenageando o seu filho e os Municípios de Jaguarão, Camaquã e Santa Vitória do Palmar, onde o João Baltezan Ferreira também lá está, permanentemente, através da sua atividade, correndo para lá e para cá. Ele é um homem que não pára, está sempre ativo. Não é fácil conduzir, da forma como conduzes, uma atividade tão complexa e tão importante como é a radiodifusão. Com essas palavras, nós queremos aqui consignar a nossa admiração, resgatar o pedidos dos teus conterrâneos de Caçapava do Sul e dizer que este é um grande momento para a Câmara Municipal de Porto Alegre, porque, como disse inicialmente, lá naqueles municípios, através das rádios, ouviram o nome de Porto Alegre, desta bela, magnífica e universal cidade que é Porto Alegre. Todos ouviram Porto Alegre, a Câmara Municipal e a homenagem que ora se faz. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Cumprimento o Ver. Elói Guimarães pela brilhante manifestação que fez. Ainda que desnecessário, saliento que ele falava por quatro Bancadas e ainda como proponente, justificando-se plenamente o arranhão regimental e a concessão de tempo especial, e também traduzindo um pensamento da sua homenagem de ex-colega do nosso homenageado, o Sr. João Baltezan Ferreira.

Eu quero devolver a presidência dos trabalhos ao 1.º Vice-Presidente da Casa, Ver. Elói Guimarães, declarando toda a minha honra em ter presidido parte desta Sessão tão importante para o Legislativo da Cidade. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Retomo a direção dos trabalhos, saudando e agradecendo ao Ver. Reginaldo Pujol.

O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra e falará em nome do Partido Progressista.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Sr. Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Realçar, ilustrar, delinear a silhueta de alguém, em poucos minutos, num discurso, é pretensão arriscada e, às vezes, perigosa, porque as características de uma criatura - o que fez ela na vida -, os sulcos marcantes de sua personalidade, as rugas que leva no rosto, já no caminhar da existência, o que amou e o que esqueceu - ah, o que esqueceu! -, talvez seja mais importante do que amou, pertence a cada um e deve ficar com cada um na enciclopédia dos seus sonhos.

Baltezan, nós nos conhecemos há décadas, há muito tempo. O teu caminho de Compostela fizeste com teu bastão – não foi fácil, é muito difícil, foi parecido com o meu e, por isso, nos identificamos -, percorrendo pousadas, sob a luz das estrelas, como se faz em Compostela – nos vinte e tantos dias de caminhada -, sozinho embarcaste de carona naquele caminhão, em Caçapava. O que é que tinhas na cabeça? Só tu sabes.

Sem eira nem beira, uma mão na frente, outra adiante, em Caçapava deixaste o pai sapateiro e a mãe, que foi tua estrela guia. Tua mãe foi uma personalidade que te influenciou.

Nas madrugadas geladas de Caçapava, muito jornal entregaste – como dizia Catulo da Paixão Cearense -, muito jornal entregaste para teus assinantes, e ainda criança, porque devia ter uns dez, doze anos, quatorze, se tanto. O que tinhas na cabeça? Não sei, só tu sabes.

Em Porto Alegre, entraste ainda imberbe, sem o Serviço Militar, lá na pensão da Tia Ofélia, né? (Risos.) A velha Ofélia. Como me afirmavas, Baltezan, - vais te lembrar agora – “todo homem tem que ter um outro homem em sua vida”. Lembra disso? Quem te disse isso foi Maurício Sirotsky Sobrinho. Pode ser uma mulher, as mulheres estão competindo, agora, igual aos homens. Mas, ele ainda não estava prevenido, não é? O Maurício dizia isso: “Todo homem precisa ter um homem em sua vida”. É o que dá a mão! Quem não recebeu a mão aqui neste Plenário? Eu recebi.

Frederico Arnaldo Ballvé te inspirou; Maurício Sirotsky Sobrinho te abrigou. Gorrese, o meu amigo Gorrese - lembra-te do Gorrese, amigo velho? Paschoal Gorrese, morreu solteiro, não é? Morreu solteiro -, te deu um impulso na vida de radialista. Foram eles os pioneiros, sempre reconheceste isso. O homem ou a mulher na vida de um homem. Abro agora para a mulher, também, a possibilidade.

Acho que Maurício foi teu guia. Se um te iniciou em Caçapava do Sul, o outro te abrigou em Passo Fundo, no seio da família. Acho que foste o primeiro filho de Maurício. Nunca admitiste isso, mas acho que foi. Teu valor pessoal, conheço há trinta ou mais anos. Inaugurei, como Deputado, a Rádio Santa Vitória do Palmar, lembras? Lá pelos anos setenta, fui lá até com certo sacrifício, fui pelo teu valor, aquele rapaz, o homem que chegava a Porto Alegre, magro, escanzurrado, colecionava rádios como conta de colar.

O Advogado, o comunicador, Sargento de Cavalaria de Bagé, tornara-se empresário.

Elói Guimarães escolheu-te para te enaltecer com o Título de Cidadão de Porto Alegre. Ele sabe o que faz, é o nosso consultor para assuntos constitucionais. Não diz a ele, não, porque ele está longe de ti, mas ele é nosso consultor para assuntos de Constituição.

O garoto de Caçapava com um sonho na cabeça fizera a proeza como formiguinha, com braços invisíveis, levantava diante de nós um “tijolo”! Imaginem vocês, um tijolo erguido por uma formiga! Visualizem, levantar um tijolo! Como se fosse possível a uma formiga levantar um tijolo! Foi o que esse homem fez. Já imaginaram? Pois foi isso que esse magrinho fez. Uma façanha, posso dizer, com a família que constituiu, conseguiu chegar onde chegou. Não foi fácil, daquele caminhão até agora. Chegou a Porto Alegre “com o pau-da-venta e o couro do espinhaço”, como dizem os nortistas. Olhando para trás, são dez, doze, sei lá quantas estações de radiodifusão que você possui – não me atrevo a dizer -, mas deve andar por aí; ou se você diminuiu, é por sua conta. Comprou, dirigiu e percorreu diariamente através dessas estradas que hoje em dia são melhores, até certo ponto, mas que não eram tão boas naquele tempo. Lembro-me de Santa Vitória do Palmar. Pois bem, Sargento de Cavalaria, em termos de caserna, você cumpriu a missão. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em nome da Bancada do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A Casa do Povo de Porto Alegre, atendendo ao que foi decidido pelo seu Plenário, unanimemente, deliberou esta homenagem, outorgando, de forma definitiva, a João Baltezan Ferreira, o Título de Cidadão Honorário de Porto Alegre. Realmente o Ver. Elói Guimarães, ao propor a cidadania ao Sr. João Baltezan Ferreira, demonstrou não só a sua sensibilidade, no que foi acompanhado pela integralidade da Casa, mas, sobretudo, mostrou a forma com que um tipo de gente, que moureja nesta cidade de Porto Alegre, autoproclama-se e se auto-reconhece entre si. Sabe bem a Ver.ª Margarete Moraes, pois, há poucos dias, homenageávamos um certo cidadão que veio do outro lado do mar para aqui em Porto Alegre plantar raízes, que aqui veio fundear a sua âncora. E nós todos, ao fazermos aquela homenagem, desfilamos comentários a respeito das origens díspares da quase totalidade dos integrantes da Casa. O Sr. João Baltezan Ferreira, quando o Ver. Elói Guimarães apresenta sua biografia, é quase um retrato fiel de vários gaúchos que provieram de vários cantos do Estado e que, aqui, enfrentaram a luta e conseguiram-se impor dentro de uma Cidade que é aberta, que é solidária, que faculta sempre oportunidades para aqueles que para cá acorrem com o propósito de superar obstáculos, de vencer etapas e de conseguir realizações.

Eu sou um privilegiado e o meu particular amigo Palmeiro da Fontoura, que se encontra aqui entre nós, sabe das razões desse privilégio. Conheci o novo Cidadão Honorífico de Porto Alegre num prédio que só continua a existir ainda no meu imaginário, ali na esquina da Rua General Câmara, nos altos do velho “Coroa”, lá na sede do glorioso Partido Libertador, esse bravo maragato, junto com o Palmeiro da Fontoura. Era jovem, um pouco mais jovem do que o então jovem Baltezan, que já estudava no Colégio Rui Barbosa, já conhecia o Elói Guimarães, já admirava Jânio Quadros, já pugnava por um novo Brasil, já queria um Brasil socialmente justo, economicamente livre, politicamente soberano, culturalmente desenvolvido e professava, com a sua paixão maragata, com o seu lenço vermelho, os credos parlamentaristas, nos quais nós, desde aquela época, já acreditávamos.

Hoje esse privilégio, Jacinto, aumenta, vem um filho de Caçapava que conseguiu fazer a proeza de juntar, pelo matrimônio, Caçapava e Santa Vitória do Palmar, os campos neutrais e aquela terra maravilhosa onde Alvino Góes nos ensinava, Ver. Elói Guimarães, que os obreiros tiravam do fundo da terra a soberania e a riqueza nacional.

Aquela terra de heróis. Essa terra de heróis, a tão proclamada Caçapava se une a Santa Vitória, para que se constitua uma família radicada e enraizada aqui na cidade de Porto Alegre, esta Cidade que te acolheu e que tem orgulho em te ver proclamado seu filho ilustre, que define, pela Lei, aquilo que tu tinhas definido pela opção, porque, sem trair a tua Caçapava, sem abjurar as raízes da tua família em Santa Vitória do Palmar, a tua esposa, aqui criaste os filhos, aqui educaste os filhos e aqui construíste uma tradição de respeito e de consideração.

Por isso quero dizer a quantos nos ouvem nesta hora, na Caçapava, em Santa Vitória, em Camaquã, enfim, em Porto Alegre, no Rio Grande, como um todo: nós temos um orgulho muito grande em entregar ao Dr. Geraldo Stédile, Presidente do Conselho de Cidadãos Honorários, um exemplo da nossa geração. Se é verdade que, de certa forma, entristece-nos saber que não somos mais os jovens militantes dos partidos políticos da época, orgulha-nos saber que da nossa militância resultaram homens da qualidade e do quilate do Sr. João Baltezan Ferreira. Por isso, quero, com toda a tranqüilidade, dizer, Presidente Elói Guimarães: não temos de agradecer, de modo nenhum, a quem quer que tenha colaborado para que este fato, hoje, aqui, se realizasse. Porto Alegre é que tem de reconhecer, no Sr. João Baltezan Ferreira, um homem que aproveitou as oportunidades, que teve retidão de propósitos, que teve a sua vida predestinada, iluminado pelo apoio de várias pessoas, como ele, emocionadamente, relembra, mas que, sobretudo, soube, pela persistência, pela pertinácia, com o apoio da família, da mulher, dos filhos, construir esse grande patrimônio, o patrimônio moral que lhe permitiu receber de toda esta Câmara, por unanimidade, o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre. Nós te agradecemos, Baltezan, pelo exemplo que nos proporcionas e nós podemos passar para os próximos que a nossa geração teve, sim, um homem do porte de João Baltezan Ferreira, que, com justiça, é, doravante, pela Lei, Cidadão de Porto Alegre! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra e falará em nome do PDT e do PPS.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu confesso que, num primeiro momento, eu tinha deferido ao meu colega Elói Guimarães, autor da iniciativa, a condição de falar em nome do meu Partido, o PDT; no entanto, as circunstâncias fizeram-me refletir no sentido de que, na condição de Líder da Bancada de um Partido que não o do homenageado, mas que se constitui numa das vertentes do pensamento da sociedade rio-grandense, o trabalhismo, o PDT, eu não poderia, nesta oportunidade, deixar de fazer a minha manifestação, em meu nome e em nome dos meus companheiros de Bancada. Da mesma forma, falo também em nome da Bancada do PPS, por solicitação do seu Líder, Ver. Wilton Araújo.

Há um fato extremamente curioso. Baltezan, veja que, neste momento, tu estás sendo homenageado - e temos aqui os nossos Deputados Estaduais Otomar Vivian e Paulo Azeredo - e, se nós começarmos a fazer uma avaliação aqui a respeito das pessoas que compõem o contexto da cidade de Porto Alegre, curiosamente, nós observamos que, inclusive entre os Vereadores, poucos são de Porto Alegre. Aqui está o nosso Reginaldo Pujol, que já é, também, outro porto-alegrense emérito, que optou definitivamente por Porto Alegre, com toda essa sua história enraizada na cidade de Porto Alegre. É tão enraizada a história do Reginaldo Pujol, que ele teima em ir para foros maiores, mas a população de Porto Alegre exige sua manutenção e o segura aqui em Porto Alegre, e ele é bom de voto, Deputado Otomar Vivian. Da mesma maneira o nosso “carioquíssimo” Pedro Américo Leal, Vereador que já foi Deputado Estadual, e que enriquece, Paulo Azeredo, esta Casa, com a sua sabedoria, com a sua experiência, e é outra figura integrada ao nosso Plenário. A Ver.ª Margarete Moraes, durante anos Secretária de Cultura, é jovem, e eu até perguntei: Vereadora, a senhora não vai falar? Ela disse: “Não, eu estou olhando vocês, aqui, na experiência da história de Vereadores na cidade de Porto Alegre.” E já é brilhante, aqui nesta Casa, a Ver.ª Margarete Moraes, com as contribuições que tem dado e com a sua sensibilidade de fazer o processo permanente de diálogo. Então, dentro dessa ótica, eu acho que o Ver. Elói Guimarães foi muito feliz, ele teve essa compreensão e essa sensibilidade de prestar esta homenagem, aqui, que é uma homenagem simples. Nós estamos homenageando nossa Caçapava, nós estamos homenageando nossa Santa Vitória, nós estamos homenageando nossa Jaguarão, nossa Camaquã. Então, na tua figura, eu acho que nós estamos prestando esse reconhecimento, e a Câmara de Vereadores de Porto Alegre é, indiscutivelmente, esse eixo irradiador.

Eu sou porto-alegrense - e é raro, aqui, nesta Casa, é raro. O Ver. João Antonio Dib é de Vacaria, e assim vai. Eu sou porto-alegrense de primeira geração de imigrantes que vieram para cá, vítimas de perseguições, de sofrimentos, de adversidades. Sou da primeira geração e sou porto-alegrense nato. E, aqui, no seio da nossa querida Porto Alegre, o que nós identificamos? Encontram-se as comunidades de Santa Vitória, de Camaquã, de Jaguarão, de Caçapava, todos têm o seu grupo organizado, e nós freqüentamos esses grupos, até porque são bases muito significativas de representação da sociedade porto-alegrense e de interação com o conjunto da sociedade rio-grandense. Eu mesmo, porto-alegrense, sou casado com uma “pêlo duro” – como se diz no nosso jargão lá de Caçapava – , que tem suas raízes na cidade de Camaquã, por um lado, o materno, e, pelo lado paterno, na Cidade de São Borja. Camaquã teve o avô da minha esposa como Prefeito, com representação política na cidade de Camaquã.

Então, sinto-me muito à vontade, neste momento, de fazer este reconhecimento a ti, a tua família, porque com toda essa estrutura de empresas que tens no interior do Estado, como disse o Ver. Elói Guimarães, com muita propriedade: Tu sentaste raízes em Porto Alegre e daqui desenvolves a tua atividade, sem prejuízo dessas rádios. É que a rádio é o maior veículo de comunicação; por mais que avance a tecnologia, nada supera, Ver. Pedro Américo Leal, a rádio. E isso já compreendeu um dos sábios do conhecimento, da pesquisa, do saber, que é Woody Allen, quando escreveu a Era do Rádio. Não existe nada igual. E não te conhecendo, quando observo a tua opção pelo rádio em quatro cidades, criando uma estrutura de rádio, sei que sabes que a informação comunitária se busca na rádio local. Não adianta. Nós ouvimos lá a rádio de Camaquã, a rádio de Caçapava, a rádio de São Borja. A rádio tem essa natureza local, e a natureza, também, da instantaneidade.

Então, o Legislativo de Porto Alegre, quando te outorgou, por iniciativa do nosso querido Ver. Elói Guimarães, o Título de Cidadão de Porto Alegre, Cidadão Emérito de Porto Alegre - e esse Projeto é uma Lei Municipal, teve a sanção do Sr. Prefeito da Cidade de Porto Alegre - foi em reconhecimento à tua figura, a tudo que tu representas, às opções que tu fizestes por Porto Alegre, aos teus trabalhos, à tua história. E nós, da minha vertente de pensamento, sentimo-nos exultantes de estar aqui. E veja um companheiro nosso de grei partidária, o Deputado Estadual Paulo Azeredo, aí presente, participando e integrado, e certamente, como não poderia deixar de ser, as tuas rádios são rádios plurais, é uma concessão de um serviço público e tu ofereces para todas as correntes de pensamento o espaço importante da comunicação dos homens públicos da nossa terra com as comunidades locais. E dos homens públicos daquela região com as suas comunidades, transmitindo o cotidiano da nossa vida, seja na cidade, seja de outro Estado e do País.

Portanto, era esta a mensagem que em nome do meu Partido, o PDT, e do PPS queria transmitir a ti, Baltezan, como reconhecimento à tua história, ao teu trabalho, e nos sentimos extremamente privilegiados e honrados de ter em ti o mais novo Cidadão Emérito da Cidade de Porto Alegre. Parabéns, honra também este Legislativo Municipal e o Ver. Elói Guimarães, autor desta iniciativa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Produzidos os pronunciamentos de saudação da Casa, agora vamos passar para a fase alta, por assim dizer, da solenidade, que é a entrega do Título de Cidadão ao homenageado, João Baltezan Ferreira, que, nas regras da Casa, é feito pelo proponente da homenagem. Queremos, para a entrega da Medalha, convidar o ilustre Desembargador Cacildo Xavier, que, durante anos, foi Juiz na Cidade natal do homenageado, Caçapava do Sul. Pediria que o Dr. Cacildo passasse à mesa; também pediria aos familiares do Baltezan que viessem aqui à mesa, para solenizar a entrega do Título e das Medalhas.

 

(Procede-se à entrega do Título e da Medalha.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Neste momento, convidamos o nosso homenageado, o Sr. João Baltezan Ferreira, para fazer uso da palavra.

 

O SR. JOÃO BALTEZAN FERREIRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Compareço a esta Casa, dignos senhores representantes do povo desta Cidade, para receber o honroso Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre, por proposição do ilustre Ver. Elói Guimarães, concessão esta que recebeu o apoio de V. Ex.ªs.

Recebo essa honraria com muita emoção e posso-vos assegurar que vivo, assim, juntamente com meus familiares, um momento ímpar, inesquecível e feliz de minha vida.

Neste momento, permitam-me um depoimento. Quero abrir o livro de minha modesta, mas honrada vida. Recordar fatos do passado, nesta gloriosa cidade de Porto Alegre, a quem tudo devo, pois aqui cheguei há cinqüenta e três anos, muito jovem, contando apenas com a vontade de vencer, de ser alguém e, principalmente, de corresponder à confiança de meus pais.

Já vai longe, no tempo e em minha memória, o ano de 1949, quando um jovem de dezesseis anos deixou sua terra natal, a brava, acolhedora e histórica Caçapava do Sul, viajando de carona num caminhão de transporte, veio, embalado por sonhos e mil esperanças, enfrentar a grande Cidade, a Capital do Estado, centro de atração de milhares de gaúchos do interior, de modo muito especial da geração daquela época.

O motivo da viagem era a necessidade da busca de novos horizontes, ou seja, poder trabalhar, poder estudar.

Meu pai Cezário Alves Ferreira, chamado pelos amigos e familiares por Zarico, era um modesto sapateiro, um verdadeiro artesão, que fazia botas que duravam anos a fio, e trabalhava duro para poder manter a família de três filhos. De meu pai não recebi nenhuma herança de bens materiais, mas isto sim, recebi o exemplo de uma vida dedicada ao trabalho e à família e que tinha por princípios básicos honrar os compromissos assumidos, a lealdade e sinceridade às amizades.

Já aos dez anos me dedicava a pequenos trabalhos, como vender pão e rapadura de amendoim, que minha avó, mulher de alma forte e coração bondoso, fazia com esmero e por estrita necessidade de ajudar o marido, meu avô, de profissão carreteiro, das primeiras profissões e atividades da velha tradição do Rio Grande antigo.

Recordo com muita emoção o período em que trabalhei na tipografia fundada por Manoel Carvalho de Portela, destacado jornalista de Cachoeira do Sul e fundador, juntamente com o ilustre caçapavano Dr. Alter Cintra de Oliveira, do jornal Folha do Sul, que circulou por aproximadamente cinqüenta anos. Fui o seu primeiro jornaleiro e, no inverno, enquanto a Cidade ainda dormia, lá ia eu nas madrugadas geladas de Caçapava, pois tinha missão de entregar o jornal para os assinantes. Dessa forma, aos doze anos, tive o meu primeiro contato com a imprensa, da qual nunca mais me afastei, continuando até a presente data. Não posso deixar de registrar que, nessa ocasião, organizei a primeira banca de revistas da nossa Cidade, sendo que as revistas vinham de Cachoeira do Sul por ônibus, fornecidas por Abrão Federbusch, que, inicialmente, muito relutou em me fornecê-las, tendo em vista os meus poucos anos de vida. Assim, aos doze anos de idade, transformei-me em microempresário, assumindo, dessa forma, as primeiras responsabilidades de minha vida. Em 1950, já em Porto Alegre, morando na pensão de minha tia Ofélia, a quem devo o apoio de me receber, de me abrigar e de me alimentar, pensão essa localizada na Av. Osvaldo Aranha, consegui, por diligência própria, o meu primeiro emprego nas oficinas da Gráfica Schapp, a segunda maior empresa do ramo, depois da Livraria do Globo. Evoco com emoção a memória dessa tia, coração magnânimo, personalidade generosa e, ao mesmo tempo, forte, bem como do seu esposo Osmar Gayer, que muito contribuiu para o meu bem-estar. Não posso deixar de relembrar o valioso auxílio que recebi da também minha tia Elisa Baltezan e de seu marido, o saudoso Luiz Corrêa da Silva, a quem eu chamava carinhosamente de tio Luiz. Felizmente, para a minha sorte, logo em seguida, graças a Tito Guerra Martins, hóspede da pensão onde morava, vim a conseguir o emprego que viria a ter muita influência em minha vida, praticamente definindo o meu futuro. Assim, na condição de office boy, fui admitido nas Emissoras Reunidas Rádio Cultura Ltda., empresa fundada pelo saudoso homem do rádio gaúcho, Arnaldo Ballvé. Diante de meus olhos, abria-se um novo mundo, não obstante minha modesta condição de office boy, termo que eu, até então, desconhecia. Emissoras Reunidas era a empresa que administrava várias emissoras de radiodifusão espalhadas pelo interior de nosso Estado. Finalmente, alcançava o objetivo maior de minha vinda de Caçapava do Sul para Porto Alegre: trabalhava e estudava. Sem poder bem avaliar, estava iniciando minha caminhada em Porto Alegre, jornada essa que já dura mais de cinqüenta e três anos, tempo em que organizei a minha família, construí minha família, ampliei os horizontes de minha existência, vivi dias e momentos felizes nesta Cidade que me acolheu, deu-me oportunidade, proporcionou a concretização de meus ideais.

 Matriculei-me no Colégio Rui Barbosa, ali na Av. Osvaldo Aranha, onde hoje é a entrada do túnel. O Colégio Rui Barbosa, na época, era um estabelecimento que tinha reconhecimento oficial, que mantinha o curso noturno, oportunidade única para os jovens pobres que trabalhavam durante o dia e estudavam à noite, e assim se habilitavam a um diploma mais tarde. Fiz os estudos preparatórios ao ginásio, uma espécie de vestibular e, mais tarde, o curso Clássico com duração de três anos, também à noite. Ao todo, estudei oito anos à noite. No Clássico, tive o prazer de ter como colega de aula o estudante Elói Guimarães, reservado e participativo de tudo o que dizia respeito ao nosso mundo estudantil. Ali no Colégio Rui Barbosa, iniciava-se uma amizade de dois jovens que sonhavam com dias melhores, amizade essa que muito me honra, amizade que perdurou incólume aos embates e vicissitudes da vida e perdura, para minha alegria e felicidade, até os dias de hoje.

No ano de 1953, cumpri meu compromisso para com o nosso Exército, designado que fui para o então 12.º Regimento de Cavalaria da cidade de Bagé, nossa Rainha da Fronteira. Promovido a Cabo e apto à promoção de 3.º Sargento da Reserva, deixei a comunidade militar em 1954, tendo ficado alojado no mesmo local que meu pai, há trinta anos, esteve. Foi, posso-vos assegurar, um período muito feliz da minha vida.

Não posso deixar de registrar o que representou em minha vida a permanência nas Emissoras Reunidas Rádio Cultura Ltda., durante os trinta e quatro anos que trabalhei nesta organização. Foi graças a essa longa convivência que me envolvi profundamente com a Radiodifusão, da qual, até a data de hoje, não me afastei. Ali no escritório das Reunidas, vim a conhecer e me tornar amigo de um outro jovem, recém-chegado de Passo Fundo, também animado por muitos sonhos e planos. Assim conheci Maurício Sirotsky Sobrinho, primeiro gerente da Rádio Passo Fundo. Lembro-me que auxiliava o Maurício a entregar propostas de publicidade nas firmas, tudo iniciativa dele, que logo mostrou a que vinha, pois chegou para vencer, como, de fato, tornou-se um vencedor. Lembro também de dois fatos de sua personalidade. Logo depois de seu casamento, convidou-me para passar alguns tempos em sua casa, o que aceitei, pois morava em uma pensão, e o dinheiro era curto para pagar meus estudos. À noite, o Maurício esperava que eu chegasse do colégio e oferecia-me um lanche. Anos depois, em um encontro nas Lojas Renner, estabelecemos o seguinte diálogo: “Maurício, quero convidar-te para o aniversário da Rádio Caçapava no mês de maio.” Convite que aceitou de imediato, apenas pedindo para passar na RBS a fim de agendarmos a data. Ao nos despedirmos disse-lhe: “Maurício, tu és um predestinado.” Ao que me respondeu: “E tu, Baltezan, és um guerreiro, por isso que aceitei o convite.” Infelizmente o Maurício não pôde ir a Caçapava, pois a doença foi mais forte.

Como esquecer, nesse momento, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, daqueles que tanto me ajudaram nessa travessia de trabalho, de persistência e de fé. Assim, evoco a memória de Arnaldo Ballvé, chefe, líder, homem de larga visão, que descobriu pioneiramente e percebeu a importância do rádio em nosso Estado. Paulo Amaro Salgado, Adeodato Rodrigues Araújo e, muito especialmente, Hugo Vítor Ferlauto, não apenas o chefe, mas o amigo e incentivador de todas as horas.

Também me recordo de Frederico Arnaldo Ballvé, diretor por longos anos da empresa. Declino o nome de um amigo que muito me incentivou, muito me prestigiou, viabilizando, com o seu apoio, minhas iniciativas. Refiro-me ao destacado empresário rio-grandense, homem de larga visão, de muita sensibilidade humana, de sólidos conhecimentos acadêmicos, o Dr. José Zamprogna, a quem muito deve o Rio Grande do Sul.

Guindado a Diretor do Departamento de Relações Públicas, juntamente com o meu velho amigo Vitor Hugo Ferlauto, que me honra com a sua presença, ampliei minhas relações profissionais e pessoais em vários Municípios onde a empresa possuía uma emissora. Foi um período fecundo, rico de realizações, de novas conquistas e vitórias na área profissional.

Graças a uma decisão pessoal do saudoso Dr. Paschoal Gorrese, seu fundador, assumiu, em 1963, a direção da Rádio Caçapava, a emissora de minha terra natal, o que representou um acontecimento marcante e decisivo em minha vida. Somente muitos anos depois, assumi o controle acionário da emissora. Estava assim iniciando uma jornada que me levaria a outros empreendimentos na área das comunicações. Sou eternamente reconhecido ao Dr. Gorrese, que confiou a mim sua emissora e foi meu amigo em todos os momentos durante sua brilhante, edificante e exemplar existência.

Na reflexão que faço dos dias pretéritos, evoco a data de 25 de maio de 1964, quando, na Igreja Matriz da distante, mas acolhedora, cidade de Santa Vitória do Palmar, casei com Odaléa Mendonça, minha querida esposa, companheira fiel dos bons e dos maus momentos, convívio harmonioso e feliz já há quase quarenta anos. O que consegui fazer, meus amigos, e o que foi feito, tudo, devo a essa companheira firme, que nunca vacilou e que me deu indispensável apoio e compreensão em todos os momentos.

E assim formamos nossa família, com o nascimento das filhas Luciane, que estudou no Colégio Rio Branco, mais tarde, no Júlio de Castilhos e, posteriormente, no Curso de Medicina da PUC; Fabiane, que estudou no Colégio Rio Branco, Júlio de Castilhos, Universidade de Santa Maria e doutorado na Alemanha, juntamente com o seu marido, Dr. Guilherme Borch, união de onde nasceu nosso netinho, o querido Bernado. Leticie, que estudou no Colégio Rio Branco, Júlio de Castilhos, conclusão do curso de Física, com Mestrado na UFRGS e agora, após período de estudos na França, prepara-se para defender sua tese de conclusão de Doutorado.

Como esquecer de nossa netinha Bibiane, muito aplicada em seus estudos no Colégio Leonardo da Vinci.

Foi em 1964, Sr. Presidente, que assumi a direção da Sociedade Rádio Camaqüense, na cidade de Camaquã.

Em 1969, após vários anos de estudos, consegui concluir o curso de Bacharel em Direito na Universidade de Passo Fundo. Foi, sem dúvida, meus amigos, uma das etapas mais importantes de minha vida.

Em 1970, assumi a direção da Rádio Cultura de Santa Vitória do Palmar, na cidade de Santa Vitória do Palmar.

Em 1975, assumi a direção do controle acionário da Sociedade Rádio Cultura de Jaguarão, na cidade de Jaguarão.

Em 1976, juntamente com o irmão Paulo Baltezan Ferreira, organizei a Empresa Gráfica Caçapava Ltda, na cidade de Caçapava do Sul.

Em 1986, juntamente com o companheiro Luiz Renato Barboza, organizei o jornal Gazeta Regional, na cidade de Camaquã.

Em 1988, inauguro e assumo a direção do Sistema Meridional de Radiodifusão, emissora de FM, na cidade de Camaquã.

Em 1991, organizei e assumi a direção da Empresa de Integração Meridional FM, na cidade de Jaguarão.

Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, meus amigos que aqui me honram com sua presença, amigos que vieram de tão longe dar o testemunho de sua amizade, trazendo o abraço fraterno, eis a síntese de uma existência, o roteiro de uma vida que não apresenta nada de brilhante, nada de notável ou que tenha exigido algum talento, mas que foi balizada, sempre, isso posso-vos garantir, pelo desejo de superar dificuldades e de avançar rumo ao futuro e, acima de tudo, de ser alguém, jornada que foi marcada pelo trabalho, caracterizada pela infinita paciência e sustentada pela fé em Deus e nos princípios da boa-fé e da honestidade.

Não posso esquecer o apoio e a participação de amigos queridos que tanto me ajudaram e colaboraram durante todos esses anos, como Favorino Chaves Dias, Dr. Adair da Rosa Paz, Luiz Renato Barboza, Fernando Delamar Catarino, Paulo Celso Ferreira Machado, Rubayar Leitzke, e uma homenagem que faço, muito emocionado, à memória da saudosa Osvaldina Barbosa Silveira.

Minha saudação e minha homenagem ao Ver. Pedro Américo Leal; amizade de aproximadamente quarenta anos, Vereador, homem público que prima pela autenticidade, que sempre teve uma trajetória retilínea, sem desvios de conduta, ex-Deputado Estadual, que sempre soube honrar e dignificar a sua condição de homem público e militar, ostentando, em todas as circunstâncias, com garbo e honra, a sua farda, cumprindo, sempre com determinação e acentuada honestidade, sua missão de cidadão e de patriota. Saúdo e cumprimento o Ver. Reginaldo Pujol, amizade, também, de aproximadamente quarenta anos. Amigo que acompanho desde os tempos dos bancos escolares, que estudou, também, no Colégio Rui Barbosa, homem público que se firmou junto às lideranças estudantis, que sempre mereceu o sufrágio nas urnas, mercê de sua conduta, da transparência de seus atos, do empenho e do permanente trabalho como Vereador na busca de soluções dos problemas que angustiam a população de Porto Alegre, firmando-se, ao longo de sua vida pública, como um líder e um legítimo defensor do povo desta Cidade que, em várias legislaturas, o reelegeu, Cidade esta que todos nós amamos. Ao Ver. Isaac Ainhorn, também, a minha manifestação de reconhecimento, eu, que tenho o prazer de encontrá-lo pela primeira vez. Ao término de minhas palavras - distintos amigos, integrantes da Mesa, todos os que me ouvem, todos os presentes, todos que vieram de tão longe trazer o seu abraço - lá da distante Santa Vitória do Palmar - aqui estão os amigos de Jaguarão, de Camaquã, da minha terra natal Caçapava do Sul -, as pessoas que, aqui, estão presentes - eu tenho medo de nominar alguém e esquecer outros -, desejo manifestar ao estimado e querido amigo Ver. Elói Guimarães, autor da proposição, a esta Casa, pela concessão do Título de Cidadão de Porto Alegre, o meu profundo reconhecimento. Sei bem que falou mais alto, Ver. Elói Guimarães, a estima e a amizade que nos une do que os possíveis méritos de minha pessoa. Desejo, entretanto, ao saudar o Ver. Elói Guimarães - que subiu os degraus de sua honrada vida pública passo a passo - saudar o estudante aplicado que trabalhava duro durante o dia e, à noite, cansado, mas corajoso e determinado, lá estava, no Colégio Rui Barbosa, em busca de uma vida melhor e mais digna para si. Saúdo a quem se conservou íntegro, a quem buscou os caminhos da vida pública por vocação, a quem se manteve, rigorosamente, honesto e que, sempre, durante tantos anos, soube honrar o voto de milhares de porto-alegrenses, reelegendo-se várias vezes, que defendeu, defende e, temos certeza, continuará a defender o povo desta Cidade, aqui, na Câmara, e em outras instâncias de sua brilhante vida pública.

Seu gesto, ao propor a esta colenda Câmara meu nome para receber esta verdadeira consagração pública, este título que excede em muito meus possíveis méritos, mas que me traz muita felicidade, a mim e a minha família, por outro lado, aumenta o peso da minha responsabilidade de continuar fiel e dedicado a nossa querida e gloriosa cidade de Porto Alegre, mãe generosa, pátria de todos aqueles que sonham com uma vida melhor, astro solar a irradiar sua luz pelos caminhos de nossas existências, urbe cosmopolita que está em nossas consciências e cujas raízes afetivas mergulham fundo em nossos corações.

Ver. Elói Guimarães, meu profundo reconhecimento e a certeza que lhe dou é de que, aqui em Porto Alegre, vivi os dias mais felizes de minha vida, aqui travei o bom combate, aqui enfrentei todas as vicissitudes, aqui construi minha família, aqui, finalmente espero permanecer até os últimos dias de minha existência.

Finalmente, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, amigos e amigas que me honram com suas presenças, desejo dizer que não teria encetado minha viagem a Porto Alegre e nada do que relatei teria acontecido se não tivesse recebido o incentivo, o apoio daquela que foi meu anjo protetor e que sempre me deu todo o apoio durante toda sua luminosa existência: minha mãe, Florisbela Baltezan Ferreira... (Palmas.) a quem tudo devo e que durante toda sua vida me apontou o caminho do dever, o caminho da responsabilidade, o caminho do bem e o caminho da luz.

Recolho, Sr. Presidente, com humildade esta homenagem inesquecível que recebo aqui nesta Casa, onde estão os legítimos guardiões da vontade do povo de Porto Alegre, evocando, pensando e elevando meu pensamento numa prece à memória de minha querida e saudosa mãe. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos todos os presentes a ouvir a Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Não podemos encerrar a presente Sessão sem antes deixar de agradecer a todos os presentes: autoridades municipais dos Municípios já mencionados, enfim, lideranças regionais e a todos que, das nossas plagas, aqui estiveram prestigiando este ato de resgate a uma das figuras da nossa Cidade e de, resto, do Estado, que é o nosso querido homenageado João Baltezan Ferreira.

Portanto, a todos os presentes o nosso profundo agradecimento pelo comparecimento.

Estão encerrados os trabalhos. Obrigado.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h.)

 

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